6 de fevereiro de 2025

Abates na EN 243

A IP persiste na destruição do arvoredo das bermas das estradas, como se fossem sua propriedade. 

 
Com o  pretexto de "trabalhos de limpeza de combustível", na EN 243, entre a Chamusca e o Chouto, cerca de 20 árvores - choupos brancos, plátanos e pinheiros mansos, com dimensões consideráveis, foram abatidas com o argumento da prevenção de incêndios.

As canas ficaram, no entender da IP não são combustível...

2 de fevereiro de 2025

O presidente da IP no Parlamento

O Presidente do Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal foi ouvido no passado dia 22 de janeiro,  na Comissão de Ambiente e Energia da Assembleia da Republica, sobre o abate de árvores e a venda da madeira. A gravação da audição está disponível no Canal Parlamento.

Como era de esperar, para a IP está tudo bem, "não há práticas desreguladas ou cortes abusivos", a empresa rege-se por princípios de sustentabilidade. 

Sem contraditório, o responsável máximo da IP fez as afirmações que entendeu, imprecisas ou de natureza duvidosa, assinalamos algumas:

- As árvores que acompanham os 14.000 km da rodovia sobre gestão da IP são individualmente identificadas, quanto ao estado e risco potencial, por equipas da IP (min. 14). Tarefa aparentemente hercúlea, não fosse o método rápido da IP, aplicado por exemplo na EN 362,  onde,  dois técnicos da IP, em apenas um dia  vistoriaram e avaliaram as árvores de um troço de 30 km de estrada, concluindo pela necessidade de cortar 120 árvores. Uma produtividade que nos faz questionar o seu rigor e fundamento técnico. (ver relatório de vistoria)

- Medidas de compensação - só nos últimos 2 anos plantaram mais que 5.000 árvores (min. 15). E quantas terão cortado? Qual o rácio ecologicamente aceitável para a substituição de uma árvore adulta? Plantam, e depois? Veja-se o caso da plantação na Sra. da Luz que fala por si, ou, da  EN 361, em Alcanena, onde o Estudo de Impacto Ambiental impôs a plantação de diversas áreas de espécies autóctones, que após a plantação ficaram votadas ao abandono.

- A mutilação azinheira monumental Outeiro de Alfazema. Diz o responsável que apenas se fez a poda de uma árvore para aumentar o gabari vertical (12.45 min.) Admitamos a ignorância: a altura a que se situavam os ramos não poderiam, nunca, interferir com o trânsito, o madeireiro que realizou o trabalho não tinha competência para o fazer e a IP não acautelou a qualidade da intervenção.

- A IP não vende a madeira resultante dos abates.  Não ganha dinheiro com ela, dá-o a ganhar aos operadores! (37min.)

Enquanto isto a IP continua impunemente a delapidação do nosso património arbóreo.